O vento não é meu. Mas são minhas as asas.
…
cf
sábado, 9 de março de 2013
terça-feira, 1 de novembro de 2011
Passos
quantas pedras
nesse nosso caminho
já dizia o grande Drummond
no meio, dos lados,
na frente, atrás
aos montes.
pedras que marcam os passos
passos marcados nas pedras
cada passo um sinal
uma forma uma lição
que desperdício
as pedras jogadas aos ventos...
que tolice
tentar desviar...
já larguei as pedras da mão
prefiro as pedras nos pés
nos passos do meu caminho
cf
Marés
Marés
como as marés
meu pulso e meus impulsos variam com as fases da lua,
hora preamar,
hora maré de quadratura.
cf
Verso em flor
Verso em flor
E da dor se fez brotar um canto.
Quem poderia crer
Quantas flores daria
Meu pranto...
cf
sexta-feira, 8 de julho de 2011
Cem Letras
(para Deco)
nem letras
tem espaço
sem limite
vem inspiração
em resposta
sem mais
nem menos
sem nada
tem apenas
cem letras.
quinta-feira, 31 de julho de 2008
sem efeito
do feito
nada feito
apenas defeito
da frase
de efeito
tão fácil
que fica
no frasco
fajuto
do falso falante
na fita que faz
fortuito fracasso
fútil desejo
vida sem efeito
por nada ter feito
de bom pra ficar.
cf
nada feito
apenas defeito
da frase
de efeito
tão fácil
que fica
no frasco
fajuto
do falso falante
na fita que faz
fortuito fracasso
fútil desejo
vida sem efeito
por nada ter feito
de bom pra ficar.
cf
Tanto olhar
nos olhos das crianças
vejo cores e flores
sinto o perfume da manhã
brincadeiras ao luar
sonhos sem descansar
aos olhos das crianças
todo sonho é possível
estrelas brilham pela manhã
flores abrem-se ao anoitecer
e a esperança chega ao amanhecer
nos olhos das crianças
vejo cores e flores
no azul do capim
o cheiro de jasmim
no amarelo a trepadeira
amandas na brincadeira
no roxo da chuva
pingos de uva
no vermelho do céu cinzento
muitas rosas ao vento
nos olhos das crianças
vejo cores e flores
sons e dons
sabiás em canção
e uma intensa emoção
nos olhos das crianças
vejo cores e flores
todos os sentidos num só
olhar que apenas não sabe falar
porque já lhe basta o próprio olhar.
cf
vejo cores e flores
sinto o perfume da manhã
brincadeiras ao luar
sonhos sem descansar
aos olhos das crianças
todo sonho é possível
estrelas brilham pela manhã
flores abrem-se ao anoitecer
e a esperança chega ao amanhecer
nos olhos das crianças
vejo cores e flores
no azul do capim
o cheiro de jasmim
no amarelo a trepadeira
amandas na brincadeira
no roxo da chuva
pingos de uva
no vermelho do céu cinzento
muitas rosas ao vento
nos olhos das crianças
vejo cores e flores
sons e dons
sabiás em canção
e uma intensa emoção
nos olhos das crianças
vejo cores e flores
todos os sentidos num só
olhar que apenas não sabe falar
porque já lhe basta o próprio olhar.
cf
Matemática dos quarenta
Ao s meus quarenta
Ainda sonho com os quatro cantos do mundo
Como sonhei aos quatro e quatorze
Ao s meus quarenta
Ainda penso ter trinta
Como tinha idéia ter vinte
E como pensava ter dez
Hoje conservo o calor de cada uma das quarenta voltas em torno do sol
Os mais de quatorze mil dias amanhecidos
E todas as trilhas que me acompanharam nos incontáveis minutos
Desse cálculo que gostaríamos fosse infinito.
Hoje entendo que carrego comigo
Todas as minhas idades,
Não mais na memória
Mas no resumo de tudo que ficou
No resumo do que hoje sou
Contudo, percebo:
Quarentas fora,
NADA
Ainda penso ser eterna
Com todo tempo pra voar.
cf
Ainda sonho com os quatro cantos do mundo
Como sonhei aos quatro e quatorze
Ao s meus quarenta
Ainda penso ter trinta
Como tinha idéia ter vinte
E como pensava ter dez
Hoje conservo o calor de cada uma das quarenta voltas em torno do sol
Os mais de quatorze mil dias amanhecidos
E todas as trilhas que me acompanharam nos incontáveis minutos
Desse cálculo que gostaríamos fosse infinito.
Hoje entendo que carrego comigo
Todas as minhas idades,
Não mais na memória
Mas no resumo de tudo que ficou
No resumo do que hoje sou
Contudo, percebo:
Quarentas fora,
NADA
Ainda penso ser eterna
Com todo tempo pra voar.
cf
Maneana
Manhã em sol maior
Canções de despertar
passos leves na escada
intensos movimentos
rompe-se o silêncio
minha manhã
inteira e intensa
letras em mim
com meus filhos aqui,
bem juntinhos assim.
cf
Canções de despertar
passos leves na escada
intensos movimentos
rompe-se o silêncio
minha manhã
inteira e intensa
letras em mim
com meus filhos aqui,
bem juntinhos assim.
cf
letras em mim
hoje acordei querendo me dizer algo
tentei o silêncio pra ver se me ouvia
olhei-me ao espelho na tentativa de me desvendar
e agora recorro às letras para que falem por mim
junto algumas peças e
nada
nada é claro, tudo flutua
na meditação do vazio
que só quer calar
imaginei que em algum momento
tudo se desvendaria
e essa quietude
tão calma e silenciosa
devolveria a minha intensidade
na verdade
fiquei só na vontade
pois o dia permaneceu
nublado
e o verso inacabado.
tentei o silêncio pra ver se me ouvia
olhei-me ao espelho na tentativa de me desvendar
e agora recorro às letras para que falem por mim
junto algumas peças e
nada
nada é claro, tudo flutua
na meditação do vazio
que só quer calar
imaginei que em algum momento
tudo se desvendaria
e essa quietude
tão calma e silenciosa
devolveria a minha intensidade
na verdade
fiquei só na vontade
pois o dia permaneceu
nublado
e o verso inacabado.
ENTRELINHAS
O homem
tanto se
distrai
com efêmera
atração
que não sobra
tempo
para se
dedicar
à complexa
emoção
pois já perdeu a
vocação
para as sutilezas e
gentilezas
que só o
amor
traz ao coração.
cf
tanto se
distrai
com efêmera
atração
que não sobra
tempo
para se
dedicar
à complexa
emoção
pois já perdeu a
vocação
para as sutilezas e
gentilezas
que só o
amor
traz ao coração.
cf
CONTRAPONTO
Mundo emergente
vive na emergência
corre no escuro
assiste ao desespero
No poder, corrupção
na educação, falta feijão
na história, memória
Por onde segue, persegue
seu próprio brilho
na sombra de outros mundos
nas frases em ventríloco
E ainda que tenhamos
a riqueza de tantas raças,
as festas na praça
os tantos carnavais ...
temos misérias nas esquinas
Amazônias em fumaça
a insônia da violência
a poluição dos mananciais.
Somos todos emergentes
na emergência
da esperança
que não descansa
e nos faz acreditar
Que o poder,
tem cura
A educação,
futuro
E nossa história,
mudará.
cf
vive na emergência
corre no escuro
assiste ao desespero
No poder, corrupção
na educação, falta feijão
na história, memória
Por onde segue, persegue
seu próprio brilho
na sombra de outros mundos
nas frases em ventríloco
E ainda que tenhamos
a riqueza de tantas raças,
as festas na praça
os tantos carnavais ...
temos misérias nas esquinas
Amazônias em fumaça
a insônia da violência
a poluição dos mananciais.
Somos todos emergentes
na emergência
da esperança
que não descansa
e nos faz acreditar
Que o poder,
tem cura
A educação,
futuro
E nossa história,
mudará.
cf
Canto sem canto
Muitas letras dispensam a melodia
Pela própria melodia que as letras contém.
Muitas músicas dispensam as letras
Pela própria explicação que a música contém.
Mas quando música e letra
Em paródia perfeita
Se entrelaçar
O som inteiro
Acontecerá
E não mais entrelinhas
Para desvendar
O que a nudez do som
Já conseguiu revelar.
cf
Pela própria melodia que as letras contém.
Muitas músicas dispensam as letras
Pela própria explicação que a música contém.
Mas quando música e letra
Em paródia perfeita
Se entrelaçar
O som inteiro
Acontecerá
E não mais entrelinhas
Para desvendar
O que a nudez do som
Já conseguiu revelar.
cf
terça-feira, 27 de maio de 2008
Sequere
Para onde ir
nesse universo sem fim
na dúvida, cá estou
ausente de mim
fincada na trilha
em pegadas circulares
viso a bifurcação
que faz o coração
mas sigo
sem ângulo
e sem direção.
cf
nesse universo sem fim
na dúvida, cá estou
ausente de mim
fincada na trilha
em pegadas circulares
viso a bifurcação
que faz o coração
mas sigo
sem ângulo
e sem direção.
cf
sexta-feira, 16 de maio de 2008
Piano
Piano
que embalo
me embala
canto
enquanto me encanta
Piano
que acaricio
me acolhe
colo em que choro
Nas teclas sentidas
minh'alma canta
e se encanta
na balada
que embalo
ao
piano.
cf
que embalo
me embala
canto
enquanto me encanta
Piano
que acaricio
me acolhe
colo em que choro
Nas teclas sentidas
minh'alma canta
e se encanta
na balada
que embalo
ao
piano.
cf
Ação
Saltitantes saltimbancos em as(saltos)
desafinam em pés descalços
nas calçadas do tempo
Em seus palcos, luzes do asfalto
Em seus aplausos, faróis de indiferença
Seu ingresso, moedas sem brilho
Na sonoplastia das portas travadas
Seu incentivo, a barriga vazia
Seu cenário, árido e cinzento
Na maquiagem, a cara lavada
E entre saltos e assaltos
saltita saltimbanco
a tristeza da vida
cf
desafinam em pés descalços
nas calçadas do tempo
Em seus palcos, luzes do asfalto
Em seus aplausos, faróis de indiferença
Seu ingresso, moedas sem brilho
Na sonoplastia das portas travadas
Seu incentivo, a barriga vazia
Seu cenário, árido e cinzento
Na maquiagem, a cara lavada
E entre saltos e assaltos
saltita saltimbanco
a tristeza da vida
cf
SÊ
Será que um dia me liberto deste eu hipotético e me entrego de vez a essa alma nua?
Tanto me espreita, tanto me aguça, tanto me provoca que corro seriamente o risco de ser eu mesma, algum dia.
Enquanto isso me escondo e desvio das sombras da minha verdade.
Só espero que o acaso faça com que ela me encontre, alcance e invada, sem pedir licença
cf
Tanto me espreita, tanto me aguça, tanto me provoca que corro seriamente o risco de ser eu mesma, algum dia.
Enquanto isso me escondo e desvio das sombras da minha verdade.
Só espero que o acaso faça com que ela me encontre, alcance e invada, sem pedir licença
cf
ACHADOS E PERDIDOS
perdi o nó na garganta
achei um grito no ar
perdi os amores antigos
achei um pra sempre ficar
perdi a vergonha que eu tinha
achei um deboche no lugar
perdi a rígida disciplina
achei a leveza no olhar
perdi o controle
continuo sem achar
perdi aquele bonde
agora, caso possa me ajudar,
procuro um par de asas pra voar
cf
achei um grito no ar
perdi os amores antigos
achei um pra sempre ficar
perdi a vergonha que eu tinha
achei um deboche no lugar
perdi a rígida disciplina
achei a leveza no olhar
perdi o controle
continuo sem achar
perdi aquele bonde
agora, caso possa me ajudar,
procuro um par de asas pra voar
cf
Aos meus filhos
Aos meus filhos quero mostrar
o mundo que não conheci
os museus que não visitei
as músicas que não ouvi
os livros que não li
Para que possam se orgulhar
do que eu não sou
mas ainda pretendo ser
cf
o mundo que não conheci
os museus que não visitei
as músicas que não ouvi
os livros que não li
Para que possam se orgulhar
do que eu não sou
mas ainda pretendo ser
cf
DILEMA
Será que te vejo
ou me olho
te escuto
ou me ouço
te entendo
ou me percebo
Será que te amo
ou me odeio
cf
ou me olho
te escuto
ou me ouço
te entendo
ou me percebo
Será que te amo
ou me odeio
cf
OUVE
Não há o que se diga
quando nada queremos ouvir
Nem se esforcem para entender
eu não busco aceitação
Quero apenas a doçura do silêncio
a calma do olhar
a maciez do colo
Inquietude, ansiedade, intensidade, eu já tenho
não me venha emprestar
cf
quando nada queremos ouvir
Nem se esforcem para entender
eu não busco aceitação
Quero apenas a doçura do silêncio
a calma do olhar
a maciez do colo
Inquietude, ansiedade, intensidade, eu já tenho
não me venha emprestar
cf
Take five
Girassóis
(para Bel e Patty)
Me encanta a determinação e sensibilidade da flor
que ainda com suas raízes presas a terra
jamais perde o espetáculo do pôr do sol
cf
Me encanta a determinação e sensibilidade da flor
que ainda com suas raízes presas a terra
jamais perde o espetáculo do pôr do sol
cf
Tão Pouco
Tão pouco...
Foi o tempo para o aconchego do teu colo,
Tempo para sentir teu cheiro,
Decorar os sinais do teu rosto.
Tão pouco...
Foi o tempo para olhar-te nos olhos,
Tempo para reconhecer tua expressão,
Expressar as emoções.
Tão pouco...
Foi o tempo para ouvir teu canto,
Tempo para memorizar o som da tua voz,
Som do teu riso.
Tão pouco...
Foi o tempo para o aconchego do teu abraço,
Tempo para contar com teu ombro,
Contar meus segredos.
Tão pouco...
foi o tempo para todas as alegrias,
Tempo para dividir as tristezas,
Dividir as histórias.
Tão pouco...
Foi o tempo para conhecer tua vida,
Tempo para viver a nossa vida,
Viver o nosso tempo.
Tão pouco...
Foi o tempo que não houve tempo,
Tempo para conhecer meu par,
Ver nascer e curtir teus netos... ver-me mãe!
Tão pouco...
Foi o tempo para as palavras,
Tempo para o silêncio,
Silêncio...
Tão pouco MÃE...
Foi me dado de ti,
E tanta saudade de ti ficou,
Pelo tão pouco...
Mas tão intenso tempo que vivemos.
cf
Foi o tempo para o aconchego do teu colo,
Tempo para sentir teu cheiro,
Decorar os sinais do teu rosto.
Tão pouco...
Foi o tempo para olhar-te nos olhos,
Tempo para reconhecer tua expressão,
Expressar as emoções.
Tão pouco...
Foi o tempo para ouvir teu canto,
Tempo para memorizar o som da tua voz,
Som do teu riso.
Tão pouco...
Foi o tempo para o aconchego do teu abraço,
Tempo para contar com teu ombro,
Contar meus segredos.
Tão pouco...
foi o tempo para todas as alegrias,
Tempo para dividir as tristezas,
Dividir as histórias.
Tão pouco...
Foi o tempo para conhecer tua vida,
Tempo para viver a nossa vida,
Viver o nosso tempo.
Tão pouco...
Foi o tempo que não houve tempo,
Tempo para conhecer meu par,
Ver nascer e curtir teus netos... ver-me mãe!
Tão pouco...
Foi o tempo para as palavras,
Tempo para o silêncio,
Silêncio...
Tão pouco MÃE...
Foi me dado de ti,
E tanta saudade de ti ficou,
Pelo tão pouco...
Mas tão intenso tempo que vivemos.
cf
Superficial
Na falsidade das notas
não reconheço tua melodia
Na abstração das letras
não compreendo tuas palavras
Nada sei de ti
nada percebes de mim
Tão pouco vivemos a sós
nada teremos de nós.
cf
não reconheço tua melodia
Na abstração das letras
não compreendo tuas palavras
Nada sei de ti
nada percebes de mim
Tão pouco vivemos a sós
nada teremos de nós.
cf
Espelho
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